terça-feira, 21 de junho de 2011

Escrevo pra não deixar passar,
pra guardar sorrisos e mudar caminhos.
Escrevo pra (você) não esquecer quanto tempo faz.

Ela ainda vive com as asas que lhe foram dadas, o coração na boca liberto e cansado de tantas outras quedas, um pé no chão como atalho pra qualquer fuga.
Não recebe nada em troca, ainda tem o seu amor como garantia e esse, talvez só dure em liberdade.

Pincela em rostos estranhos o que tanto sonhara ou ao menos, imagina em outros quadros os olhos que deseja admirar sem desvios. Os muros do seu coração caem por terra a cada amanhecer em que seus desejos não são dissipados.


Mesmo à beira da loucura e inconstante, ela segue. Que ninguém tente lhe arrancar desse devaneio, a vida pra ela é só mais um, talvez o mais doce e perturbador.


Entorpecida, pressiona a razão pra que ela escorra entre os dedos. Não sabe amar pela metade. Vive pra morrer de amor...

 
Inevitavelmente tarde
Sinto o último suspiro,
o último beijo,
te perco num relance.
de repente, me perco.
Tiro suas mãos dos ombros,
persuadindo a razão,
com lágrimas que ainda buscam o seu corpo,
retiro da mente o que não cabe no coração.

Eu me perdi, perdi você
Perdi a voz, o seu querer
Agora sou somente um,
Longe de nós, um ser comum
Agora eu sou um vento só, a escuridão
Eu virei pó, fotografia, sou lembrança do passado
Agora sou a prova viva de que nada nessa vida
É pra sempre até que prove o contrário...

Eu pensei que você e eu poderíamos
Passar pelo teste do tempo
Como se tivéssemos escapado com o crime perfeito
Mas nós fomos apenas uma lenda em minha mente..
 
Eu deveria ter notado quando as rosas morreram
Deveria ter visto o fim do verão em seus olhos
Eu deveria ter ouvido quando você disse "boa noite"
Você quis dizer "adeus...