Vou pedir licença ao silêncio para sacudir algumas palavras que atormentam o destino de um homem só. É preciso ouvir o ruído de seus sentimentos, batendo na porta da alma. A dor abre caminhos. O difícil é manter-se em pé movido pela paixão. Não há paixão, há dor dolorida em sua luta poética. O caminhante dos sentidos entorpece-se de ilusões. Onde está a mão que sonha tocar à sua? Vida vazia, vestígios sem pisadas, efeito sem causa, complicações metafóricas, ausência de si mesmo.
Ela acreditava em anjos e, porque acreditava, eles existiam...Clarice Linspector*
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O amor romântico virou mito?
"O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceita desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida".
"Canção do dia de sempre"
Tão bom viver dia a dia....
A vida assim jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar toda a vida
Inexperiência...esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa á copa do chapéu.
Nunca dês um nome á um rio:
Sempre é outro rio á passar
Nada jamais continua
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
nas tuas mãos distráidas...
A vida assim jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar toda a vida
Inexperiência...esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa á copa do chapéu.
Nunca dês um nome á um rio:
Sempre é outro rio á passar
Nada jamais continua
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
nas tuas mãos distráidas...
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