sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O meu agora vive tão distante do seu que quanto mais eu penso, mais mergulho os olhos na saudade. E fico mais longe que perto, mais fora que dentro mas, nunca mais que o tempo que nos separa.
             
                               
Quando sonhávamos a minha alma calava, o tempo fugia. O que o meu coração dizia, só ele entendia. Pra mim bastava. Sempre bastava quando era poesia.
Existir ainda é pouco..

Entre tantas existências sem sentido, precisamos apenas absorver o melhor da vida onde cada gole solvido nos embriague com um pouco mais de lucidez. Assim faremos com que a realidade hesite bater em nossa porta e nossos olhos fechem para a mesma, cegos de sentido e cheios de devaneio. Precisamos retirar a névoa que os perturba.

Na eterna busca pelo irreal, a farsa pode virar realidade. Ela se adapta ao visível e reflete no espelho a nossa insatisfação. É mais do que preciso viver a vida deixando os pensamentos perecidos nos seus devidos lugares, que eles sirvam de engate para uma nova descoberta e não sejam os eternos comandantes da nossa navegação. Oscilamos tanto no meio de incontáveis ondas que nos afligem todos os dias.

Que todos os nossos escritos sejam verídicos, mesmo que no fundo não os conheçamos devidamente. Ao escrever, permitimos viver um mundo que muitas vezes não é nosso, mas que existe nas entrelinhas, nas linhas dos nossos pensamentos conturbados de amor e suas vertentes. Que a nossa vida não se limite as possíveis definições que colocamos no papel. O que move os desejos para a realização é o que ainda não palpamos. Viver não é tocar apenas o que desejas. Viver é também , ansiar o inexistente e ainda sim, sentí – lo. Que tomemos nos braços a vida com suas verdades para que o último gole não seja tão seco quanto o primeiro que foi dado.

                             

"Sou o avesso do meu próprio caminho, 
mais sutil do que meus versos, 
olhar pouco traiçoeiro,
sou reticências.
Meu ímpeto coloca - se á frente da razão, 
meu riso mantém - se solto e vermelho. 
Nasci subjetiva e talvez eu morra assim;
com as mentiras mais deleitosas,
o copo derramando verdades impróprias,
coração repleto de amor pra esquecer.
Mergulhei no egoísmo de me amar apenas
e mais do que qualquer outro.
É preferível morrer no seu próprio mar a 
ser mais um sobrevivente da falta de consciência daqueles 
que nasceram apenas pra ocupar espaço.
De vazio cheio de dúvida já me basta esse que me foi designado.
Não me vacinei contra os mal intencionados e indecisos como eu, 
me vacinei contra a tristeza prolongada,
contra o jeito grotesco de viver.
Só não quero morrer sem ao menos saber 
por que motivo me colocaram aqui.
Não quero a vida imperativa,
quero a não definida, a infinita 
- se possível."
Inevitavelmente tarde

Sinto o último suspiro,
o último beijo,
te perco num relance.
de repente, me perco. 
Tiro suas mãos dos ombros,
persuadindo a razão,
com lágrimas que ainda buscam o seu corpo,
retiro da mente o que não cabe no coração.

sábado, 12 de novembro de 2011

Sobre vossa mão,
Jamais vossa fronte repousa,
Queimando...
Carregada de tristeza...
Incapaz de suportar,
uma dolorosa e cruel recordação!
Vosso coração puro em si mesmo repousa!!!
                    
Dorme meu coração!
Em paz esquece...
Tudo,tudo que amaste neste mundo!
Sonho falaz de tímida esperança,
Não interrompa teu dormir profundo!!!!
FELIZ DAQUELE QUE NO LIVRO DA ALMA,
NÃO TEM FOLHAS ESCRITAS,
E NEM SAUDADE AMARGA,
ARREPENDIDA,
NEM LÁGRIMAS MALDITAS...
Aprendi a selecionar meus diamantes!!!
Cacos de vidro não me iludem mais...


Nasce o sol e não dura mais que um dia,
depois  da luz,se segue a noite escura.
Em tristes sombras morre a formosura.
Em contínuas tristezas
a alegria...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não atem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.



Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento 
Tem chuva nele a escorrer.
Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.
Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine consente)
Dentro do meu coração...